É uma doença em que células oriundas de um tecido normal perdem o controle da divisão celular (aumentam em número) e adquirem a capacidade de invadir outros órgãos (metástases).

Não; tumor é o aumento do volume numa parte qualquer do corpo. Quando esse aumento é devido ao número de células, chamamos de neoplasia, que pode ser benigna ou maligna. A neoplasia maligna é o câncer, cuja principal característica é a capacidade de desenvolver metástases; a benigna corresponde ao aumento organizado, em geral lento, de um tecido celular (ex.: lipoma, mioma).

Não se conhece até hoje uma causa específica para o Câncer; o que existem são fatores de risco (fatores que se associam ao aumento do risco de se contrair uma doença, no caso o Câncer). Estes podem ser: externos (agentes químicos, físicos/radiações e biológicos – agentes carcinógenos) ou internos (genéticos, hormonais, condições imunológicas – enfermidades adquiridas anteriores ao Câncer). Os agentes carcinógenos podem ser classificados como iniciadores (ação direta dos carcinógenos sobre o DNA da célula, ocasionando mutações e alterações da expressão de genes) ou promotores e transformadores (clones celulares sofrem múltiplas alterações genéticas). Geralmente, dez ou mais anos se passam entre a exposição ao fator de risco, ou mutação, e a detecção do câncer.

Não há medidas que garantam que uma pessoa nunca desenvolverá um tipo de câncer; o que pode ser feito é evitar fatores de riscos conhecidos para alguns tipos de neoplasia (prevenção primária). Por exemplo: tabaco (fumo) X CA pulmão, bexiga; uso excessivo de álcool, freqüentemente em associação com tabagismo X tumores de cabeça-pescoço, esôfago, estômago; dieta X neoplasias do trato gastrintestinal; exposição solar X câncer de pele. Além disso, muitos casos podem ser detectados em estádios iniciais, quando o tratamento é mais facilmente bem sucedido (prevenção secundária).

Até o momento, não existe um exame específico para se diagnosticar um câncer. Normalmente, uma pessoa procura o médico por algum sinal ou sintoma e, no decorrer da investigação, se detecta um tumor. Quando a suspeita clínica é de câncer, os exames complementares são essenciais para confirmação do diagnóstico e estadiamento (radiografia, ultra-sonografia, tomografia computadorizada e/ou ressonância nuclear magnética). A biópsia é o método diagnóstico fundamental na oncologia.

Nem todas as neoplasias malignas podem ser diagnosticadas precocemente, devido à falta de métodos comprovados de custo-efetividade. No entanto, para alguns tipos de câncer, dispomos de exames de rastreamento que podem diagnosticar lesões pré-malignas ou malignas em estágio inicial, cujo tratamento é menos agressivo e com maior chance de cura. Como exemplos, destacam-se: exame de Papanicolau (CA colo uterino); auto-exame da mama e mamografia (CA mama); toque-retal e PSA (CA de próstata).

São substâncias produzidas pelas células neoplásicas (hormônios, enzimas, imunoglobulinas e outras proteínas) expressas de forma excessiva na superfície de células cancerosas e, com freqüência, secretadas no plasma. A produção dessas substâncias deve-se a expressão aberrante de vários genes nas doenças malignas. Com o domínio desse conhecimento, o patologista relaciona os dados com o tipo e as características da neoplasia em questão. Os marcadores podem ser substâncias normalmente produzidas pelas células dos tecidos originais que, quando transformadas pela malignidade, passam a produzi-las em quantidades elevadas, ou são substâncias relacionadas ao ciclo tumoral que só serão secretadas quando existir atividade cancerosa. Os marcadores tumorais aplicam-se basicamente para: (1) rastreamento de câncer de uma determinada população, (2) diagnóstico diferencial entre câncer e neoplasias benignas; (3) determinação do prognóstico do paciente; (4) acompanhamento da terapêutica; e (5) recidiva tumoral pré-clínica.São substâncias produzidas pelas células neoplásicas (hormônios, enzimas, imunoglobulinas e outras proteínas) expressas de forma excessiva na superfície de células cancerosas e, com freqüência, secretadas no plasma. A produção dessas substâncias deve-se a expressão aberrante de vários genes nas doenças malignas. Com o domínio desse conhecimento, o patologista relaciona os dados com o tipo e as características da neoplasia em questão. Os marcadores podem ser substâncias normalmente produzidas pelas células dos tecidos originais que, quando transformadas pela malignidade, passam a produzi-las em quantidades elevadas, ou são substâncias relacionadas ao ciclo tumoral que só serão secretadas quando existir atividade cancerosa. Os marcadores tumorais aplicam-se basicamente para: (1) rastreamento de câncer de uma determinada população, (2) diagnóstico diferencial entre câncer e neoplasias benignas; (3) determinação do prognóstico do paciente; (4) acompanhamento da terapêutica; e (5) recidiva tumoral pré-clínica.

Antigamente, quando uma pessoa recebia o diagnóstico de câncer era sinônimo de morte. Hoje em dia, muitos tumores podem ser curados, principalmente se diagnosticados precocemente. No entanto, mesmo nos casos em que não há mais cura, ainda há muito que se fazer pelo paciente; a doença pode e deve ser controlada.

O tratamento do câncer requer recursos humanos especializados, integrando uma equipe multidisciplinar. Esta seria formada pela cirurgia oncológica, oncologia clínica, radioterapia, enfermagem, nutrição, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, serviço social. O tratamento propriamente dito pode ser com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, utilizadas de forma isolada ou combinada, dependendo do tipo e grau de invasão do tumor. A oncologia clínica é a especialidade que trata os tumores basicamente com quimioterapia, mas também pode ser a base de hormonioterapia, imunoterapia e, a mais nova modalidade, terapia alvo.

É um tratamento a base de medicamentos com a função de destruir as células tumorais. Existem vários tipos de quimioterápicos os quais agem de maneiras diferentes. Assim cada tumor usa medicamentos diferentes; o tratamento também vai depender do estado geral do paciente (Performance Status). Esses medicamentos são geralmente administrados por via intravenosa, mas também existem por via intramuscular, subcutânea e oral.

Vai depender do tipo de tumor, e mesmo assim varia em cada caso. Os intervalos de um ciclo para outro, em geral, são de 3 ou 4 semanas, mas existem esquemas de quimioterapia semanais, diários.

As drogas utilizadas no tratamento oncológico, além de destruírem as células tumorais, também podem afetar células normais, ocasionando os chamados efeitos colaterais. Uma das razões para o uso de combinações de medicamentos é o de se evitar o uso de drogas cujas toxicidades se sobreponham, evitando assim toxicidades cumulativas. Dependendo da gravidade desses efeitos, a quimioterapia pode ter a dose reduzida, ser adiada ou até suspensa (se toxicidade > benefício). A principal toxicidade limitante de dose é a mielossupressão (anemia, diminuição dos leucócitos/glóbulos brancos e/ou das plaquetas). Outros efeitos colaterais são: mucosite (inflamação da mucosa que pode ocorrer em todo trato gastrointestinal causando aftas, náuseas/vômitos, diarréia), fraqueza, perda ou ganho de peso, queda dos cabelos, entre outros menos comuns.

O paciente deve tentar levar a vida normal. É importante seguir as orientações do médico para evitar os efeitos colaterais (muitas vezes com medicamentos), dormir bem, e ter uma alimentação balanceada. As bebidas alcoólicas podem ser usadas, desde que em pequenas quantidades, e evitadas nos dias que antecedem e seguintes a aplicação da quimioterapia. As mulheres em período fértil podem ter seu ciclo menstrual alterado (o fluxo de sangue pode diminuir, aumentar ou parar completamente); após o término do tratamento, o ciclo retornará ao normal. As relações sexuais também podem ser realizadas normalmente. Lembrar apenas de usar métodos anticoncepcionais, mesmo em mulheres que estejam com seu ciclo menstrual interrompido. Os únicos procedimentos que devem ser evitados são os cirúrgicos. É muito comum o paciente perguntar sobre tratamento dentário, o qual só poderá ser realizado mediante autorização do médico. Caso algo saia do padrão de normalidade, o paciente deve procurar assistência médica logo que possível, principalmente em caso de febre entre os ciclos de quimioterapia.

É o uso de agentes hormonais na terapêutica das neoplasias malignas. Esta vai depender da influência dos hormônios no desenvolvimento tumoral; os casos mais responsivos aos hormônios são o câncer de próstata, mama e endométrio.

O campo da imunologia tumoral envolve uma variedade de interações entre o sistema imunológico e os tumores, determinando o papel daquele na resistência, desenvolvimento e tratamento de neoplasias.

Uma área nova da oncologia que surge com a descoberta de proteínas específicas de determinados tumores, cujo “ataque” promoverá o tratamento do câncer com preservação das células normais, mínimo de efeitos colaterais. Exemplo atual tem o Glivec® no tratamento da leucemia mielóide crônica e determinados tumores gastrintestinais; e muitos outros ainda em estudos.

É um tratamento com radiação ionizante para destruir ou impedir o crescimento de células tumorais. Estas radiações não são vistas nem sentidas durante a aplicação no paciente. O número e a duração de cada aplicação variam de acordo com o tipo, extensão e localização do tumor, além do estado geral do paciente. O tratamento é programado em um aparelho chamado simulador, através do qual o médico delimita a área a ser tratada, marcando com uma tinta (“tatuagem”). O paciente fica deitado sob o aparelho, que estará direcionado para o traçado na pele. Às vezes são usados protetores de chumbo entre o aparelho e algumas partes do corpo, protegendo os tecidos sadios, principalmente os órgãos sexuais. Dependendo da localização do tumor, a radioterapia pode ser feita de duas maneiras:

•Com o aparelho afastado do paciente; chamada de Teleterapia ou Radioterapia Externa.

•Com o aparelho em contato com o órgão do paciente; chamada de Braquiterapia. Esse tipo serve para os tumores de cabeça-pescoço, útero, tireóide, próstata.

Podem ser necessários os dois tipos de tratamento. Assim como a quimioterapia, a radioterapia também pode afetar células sadias, ocasionando os efeitos colaterais. A intensidade desses vai depender da dose, local do corpo, extensão da área irradiada, tipo de radiação e aparelho utilizado. Geralmente manifestam-se na 3º semana de aplicação. Os efeitos colaterais mais freqüentes são: cansaço, perda do apetite e dificuldade para ingerir alimentos, e principalmente reação da pele; esta pode ficar vermelha, irritada, queimada ou bronzeada, tornando-se seca e escamosa. Alguns cuidados devem ser tomados: lavar com água e sabão, enxugando com toalha macia, sem esfregar; não usar cremes, loções, talco, desodorantes, perfumes ou qualquer medicação sem orientação médica; não usar compressas geladas ou quentes, bem como evitar saunas, banhos quentes, exposição solar; e não usar tecidos sintéticos que pioram a irritação, a roupa usada dever ser de algodão.

Depende do estadiamento inicial da doença, ou seja, do grau de comprometimento do órgão em que o câncer se iniciou, das estruturas próximas e dos outros órgãos. A partir desse estadiamento, é traçado um plano terapêutico que pode envolver uma ou mais das estratégias de tratamento (cirurgia, quimioterapia, radioterapia). A relação aberta com o médico é sempre benéfica, pois elimina dúvidas, melhora a relação médico-paciente, aumenta a adesão ao tratamento; tranqüilizando a família e amenizando a ansiedade de todos.